quarta-feira, julho 20, 2011

Exercício com Bom Humor

Boa noite leitores do Sports Medicine Brasil! Esta semana comentaremos um artigo publicado em uma revista de psiquiatria. Isso mesmo, psiquiatria! Afinal o exercício é uma importante ferramenta também neste âmbito.

No volume de maio do Journal of Clinical Psychiatry foi publicado um estudo randomizado sobre exercício físico no tratamento de depressão maior não psicótica. Neste estudo, foi introduzido exercício físico aeróbico no tratamento de pacientes que não obtiveram remissão dos sintomas com o uso isolado de inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ex: fluoxetina, sertralina). Os participantes foram divididos em dois grupos, o primeiro participou de um programa de 12 semanas de exercício aeróbico na dose de 16 kcal por kilograma por semana (KKS) e o segundo realizou um programa de mesma duração com dose menor de exercício - 4 KKS.

Ao final das 12 semanas, houve significativa melhora nos sintomas de ambos os grupos. As taxas de remissão foram de 28.3% e 15.5% para os grupos 16 KKS e 4 KKS, respectivamente (NNT de 7.8 para 16 KKS vs 4KKS). O grupo com maior dose de exercício apresentou uma tendência a melhor resultado (p<0.06). Houve significância estatística quando os grupos foram moderados por sexo e história familiar, sendo que o grupo dos homens e o grupo de mulheres sem história familiar de doença mental/psiquiátrica se beneficiaram de uma maior dose de exercício.

Este estudo, além de evidenciar que há espaço para o exercício físico no tratamento da depressão, nos mostra que parece haver uma importante relação dose-resposta. A partir disto, precisamos usar nossa criatividade para aplicar estes conhecimentos de forma efetiva em populações com quadros psiquiátricos, pois estas costumam apresentar uma aderência muito baixa ao exercício físico.

3 comentários:

Jonathan disse...

Blog está profissional, hein gurizada!
Muito bom!

Sobre o papel do exercício físico no tratamento da depressão, acredito que esse benefício deve valer também em muitos outros transtornos psiquiátricos. A difícil aderência é bastante evidente, acredito que pode ser um ponto de especial preocupação.

Aquele abráss.

Gustavo Bornholdt disse...

Com certeza! A depressão é um bom exemplo mas o exercício pode ajudar em diversas situações.
Bom ter comentários seus por aqui.
Abraços.

Leonardo Hirao disse...

Corpo são, mente sã e vice-versa... além de valer para depressão, existem estudos que demonstram maior taxa de sucesso quando se associa os métodos tradicionais de cessação do tabagismo a atividade física. Estes estudos são muito importantes para demonstrar que os benefícios do exercício físico vão além da parte cardiovascular, sendo parte essencial da vida de uma pessoa.

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