quarta-feira, julho 13, 2011

Uso de plasma rico em plaquetas (PRP) na medicina esportiva: cura rápida ou médicos em bases éticas instáveis?

            Boa Noite amigos do Sports Medicine Brasil, hoje ainda estava sem nenhum tema na cabeça e decidi entrar no pubmed e digitar “sports medicine”, eis que surge um tema polêmico dentro da Medicina Esportiva: plasma rico em plaquetas.
            Em julho de 2011, o Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports publicou em seu editorial um texto a respeito do plasma rico em plaquetas (PRP), nesse texto eles dissertam a respeito do Consenso do uso do PRP coordenado por um grupo de médicos ligados ao Comitê Olímpico Internacional (COI).
            Até agora o uso de PRP não demonstrou grande êxito em músculos, cartilagens ou tendões, pelo menos não de forma consistente. Sendo necessários maiores números de estudos bem desenhados para melhores conclusões. No entanto, o uso do PRP é amplamente difundido em alguns países, boa parte inclusive por pedidos ou pressão da própria comunidade esportiva, tanto de atletas como de clubes esportivos.
            Boa parte da recomendação é baseada no fato de que o PRP até agora não demonstrou nenhum efeito colateral. Talvez essa não seja uma afirmação tão segura, foi o que demonstrou o estudo de DeMos, 2008 onde a adição de PRP inibiu a síntese de colágeno; o PRP também apresenta TGF-b, fator este que pode estar associado com regulação negativa do colágeno tipo XIV (Arai et al., 2002).
            Apesar das críticas o editorial deixa claro que não se pode generalizar esse tipo de falha a todos os consensos, mas, nesse caso específico precisamos prestar atenção. Os autores Kjaer & Bayer vão mais além, debatem a respeito da política envolvida na medicina esportiva, inclusive colocando a política em foco em detrimento do conhecimento científico.
            Relembrando o primeiro “post”escrito neste blog, os editores do British Journal of Sports Medicine já alertavam quanto a prática da Medicina Esportiva baseada em evidências. Para finalizar o editorial reforça a necessidade da construção de uma base científica sólida na prática do médico do esporte.

2 comentários:

Anônimo disse...

Desejo, no futuro, poder indicar o uso de PRP para meus pacientes. Novas modalidades terapêuticas seriam muito bem-vindas neste terreno pouco conhecido das lesões musculares.
No momento, entretanto, ainda faltam evidências quanto à efetividade e segurança do PRP.

Unknown disse...

sf

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