Boa
noite a todos, o tema desta semana baseia-se no artigo do British Journal of
Sports Medicine escrito por Andres E Carillo e colaboradores em 2011. Nele os
autores abordam questões como genética e evolução das espécies para explicar o
domínio Africano nas provas de maratona.
Desde
1960, quando iniciaram suas participações em maratonas internacionais, os
atletas do leste da África vêm liderando o pelotão de frente nas corridas de
longa distância, e hoje detêm os 10 melhores tempos.
Obviamente
o treino em grandes altitudes, maiores níveis de atividade física, resistência
a fadiga, economia de corrida e genética são alguns dos fatores responsáveis
por tal domínio, entretanto, ainda existem mistérios por trás do sucesso desses
corredores. A conexão entre fatores de desenvolvimento nos primeiros anos de
vida e alta performance ainda não recebem muita atenção.
Em
humanos, a atividade física nos primeiros anos de vida aumenta a massa do
ventrículo esquerdo, proteínas miofibrilares, coordenação motora e reduz o
nível de citocinas inflamatórias na idade adulta. Além disso, velocidade de
processamento também está ligada a maior atividade física através da possível
estimulação de fatores tróficos e desenvolvimento neuronal ou aumento da
circulação cerebral pela maior vascularização.
Aumentam
as evidências de que a exposição precoce a grandes altitudes e seus
conseqüentes ajustes metabólicos durante os períodos iniciais do
desenvolvimento podem influenciar numa melhor performance física posteriormente.
Como indicador disto, os 13 melhores maratonistas do leste africano nasceram em
lugares com altitude superior a 1500 m. Além do que, os fatores genéticos
transmitidos através das gerações podem levar a uma melhor adaptação desses
indivíduos até mesmo no pré-natal.
1 comentários:
Lembro de um trabalho que mostrava um VO2max semelhante ao de calcasianos, porem um VO2 menor em determinadas velocidades. Ou seja, uma maior economia de corrida. Isso pode acontecer devido a fatores relacionados à técnica ou fatores morfológicos, como a distribuição de massa nos segmentos corporais, entre outros.
Acredito que ainda há muito a se estudar...
Abraços.
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