quinta-feira, janeiro 12, 2012

Comparação Entre Esparadrapagem Convencional e Kinesiotape


            Boa noite leitores do blog, essa semana falaremos sobre uma prática muito comum entre atletas. O uso de bota de esparadrapo entre atletas. Outra prática que está crescendo é o uso de kinesiotape, uma fita elástica que promete propriedades de analgesia e maior ativação muscular. Entretanto, ainda não existem muitos estudos a respeito do assunto.
            Pensando em avaliar a ativação do músculos fibulares através de eletromiografia um grupo da Islandia coordenado por Briem e colaboradores comparou 3 situações diferentes: esparadrapo convencional, kinesiotape e sem esparadrapo. Os participantes eram atletas de futebol, basquete e handebol, no total de 30, realizavam os testes de maneira randomizada. 
            Todos os procedimentos foram realizados por um treinador esportivo, para testar a estabilidade dos tornozelos, utilizaram uma prancha com oscilação lateral de até 15° em inversão.
            Os resultados apontaram que durante o uso de espadrapagem convencional não elástica houve maior ativação do fibular longo em relação ao uso de kinesiotape e o teste controle. Entre o grupo de kinesiotape e o grupo sem esparadrapo não houve diferença.
            Dessa maneira, podemos concluir que o uso de esparadrapagem de tornozelo convencional é superior e pode ser uma ferramenta importante na prevenção de entorses. 


Effect of Kinesio Tape Compared With Nonelastic Sports Tape and the Untaped Ankle During a Sudden Inversion Perturbation in Male Athletes
Briem K et al.
JOSPT Maio/2011

4 comentários:

Anônimo disse...

Interessante o estudo. Realmente, embora o uso de kinesiotape venha crescendo muito e seja muito bem aceito por atletas em geral, há pouquíssima evidencia científica sobre sua eficácia até o momento. Faça uma busca pelo termo "kinesio tape" no pubmed e você encontrará 13 artigos.
Abraços.

Fabio (HC-FMUSP) disse...

Interessante a metodologia. No site da JOSPT tem o vídeo do procedimento de desequilíbrio. Acredito que é facilmente reproduzido para futuras análises.
Porém, quanto a análise não concordo muito. Primeiro: ele analisou em intervalos de 500ms. antes e após (3x) a pertubação, e 500ms é muito tempo se o interesse do estudo era ver a capacidade do fibular em responder em resposta à este tipo de evento. Teria que avaliar os primeiros décimos de milisegundos e comparar qual responde primeiro (e a qualidade, claro). E o quarto momento que ele analisa (1500ms) ai mesmo que não condiz com o objetivo do estudo, visto que uma entorse de tornozelo não leva 1.5 segundos para acontecer.
Segundo: Quando comparado os intervalos (4) não houve diferença significativa da atividade muscular. Ele só encontrou diferença significativa quando ele fez a média dos 4 intervalos analisados, o que por sua vez não difere o beneficio na prevenção de lesões ao meu ver.
Terceiro: A aplicação da bandagem foi completamente diferente entre os dois tipos. Na rígida ela praticamente envolveu toda as articulações móveis desta região (talocrural, subtalar e médiotársica) já na KT ele aplicou apenas sobre o músculos fibular. Há outra técnicas da KT que podem ser utilizadas para estabilidade de tornozelo.
Mas, se consideramos a maneira que eles fizeram as aplicações neste estudo, a bandagem rígida teria maior beneficio "sensorial" pois a área de representação é muito maior do que a maneira que aplicaram a KT.
Acho que podemos reproduzir este experimento e refazer a análise da EMG (além de acrescentarmos outras técnicas de aplicação)
Abraços
Fabio

Cássio Siqueira disse...

Olá a todos, concordo com o Fábio. A metodologia não é das melhores. São usadas bandagens diferentes, não é só o material que é diferente. Em relação ao tempo de análise da ativação muscular, é muito longo e a ativação para prevenção de entorses é de baixa latência, 500 ms é muita coisa.
Quanto aos resultados, devm ser melhor discutidos: o estímulo é feito por uma prancha de equilíbrio que após o estímulo inicial continua balançando para os 2 lados (inversão e eversão´). Sabe-se tambem que o controle do equilíbrio no plano frontal tem uma forte dependência da musculatura proximal. Portanto, a maior ativação dos fibulares ao longo do 1,5s não necessariamente reflete maior ganho de estabilidade.
O próprio estudo, numa outra análise separando os indivíduos considerados instáveis dos estáveis, mostra que os instáveis tiveam maior ativação dos fibulares. Ou seja, a bota de esparadrapo faz os indivíduos se comportarem mais como os indivíduos com instabilidade.
Muito ainda há que se pesquisar a respeito.
De qualquer forma, é muito interesante e o blog é ótimo.
Abraços

Leonardo Hirao disse...

Legal Fabio, seria uma ótima oportunidade de refazer o estudo. Os próprios sujeitos escolhidos eram jogadores profissionais. Acredito que boa parte deles também esteja mais acostumado ao uso de esparadrapagem em relação a kinesiotape.
Abraço.

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