quarta-feira, outubro 05, 2011

Estabilidade do Core e Performance


            Boa noite a todos, o assunto desta semana é sobre a estabilidade de Core e performance. O Core é composto por músculos do tronco e da pelve formando um quadrado capaz de estabilizar a coluna e a pelve. A estabilidade do Core, pode ser atribuída a três fatores principais: estabilizadores passivos (coluna), estabilizadores ativos (músculos) e controle neuromuscular.
            Os treinos de estabilidade do Core foram muito utilizados para prevenção de lesões, no entanto, ainda existem controvérsias em relação ao potencial aumento de performance.
            O estudo realizado utilizou o agachamento com os dois pés, na qual, o movimento era analisado e foram dados alguns pontos em relação a estabilidade. Para testar a performance foram realizados 5 testes diferentes, afim de conferir, agilidade, força, potência, velocidade.
            Nesse estudo a única relação entre a estabilidade do Core e melhora de performance foi no arremesso da “medicine ball”, não sendo observados melhora de performance em relação a agilidade, sprint ou plataforma de salto. Acredito que o trabalho de estabilidade de Core é de fundamental importância, no entanto, ainda precisamos ter cautela para afirmar todos os benefícios dessa prática.

Artigo extraído do The International Journal of Sports Physical Therapy
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=a%20pilot%20study%20of%20core%20stability%20and%20athletic%20performance

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse assunto é muito interessante, e sempre estão surgindo novos conceitos. Músculos que funcionam como estabilizadores locais, globais ou geram movimento. Força, endurance, potência muscular. Padrão de ativação dos grupos. Peculiaridades em prevenção de lesões e performance. Enfim, é muito difícil escrever sobre isso. Acho que o ideal é discutir o tema numa roda de amigos.

Gustavo Nakaoka disse...

Realmente, o tema CORE é muito amplo e muitas vezes, apesar de parecer fácil, apresenta peculiaridades no que diz respeito a modo de aplicar tal conceito ao visarmos tanto tratamento, prevenção de lesões e até mesmo melhora da performance de atletas.
Para entender a estreita relação do CORE trainning com a prática esportiva faz-se necessária uma recordação dos conceitos básicos publicados por Hodges quando o mesmo utilizou eletrodos (agulhas) para ver como funcionava a pré-ativação de determinados músculos em movimentos funcionais e viu que tal pré-ativação é diminuta em indivíduos com dor lombar. Posteriormente o mesmo pesquisador encontrou relação na ativação muscular associada a movimentos rápidos de MMII (Physical Therapy - Feb.1997) e de MMSS (Ergonomics - Nov.1997 e Arch Phys Med - sep.1999).
Se se levarmos tais conceitos para a prática esportiva, como o futebol por exemplo, veremos o quanto a ativação e logo um bom trabalho deste grupo é interessante no que diz respeito a prevenção de lesões. Tal conceito foi inclusive citado por Neumann em seu paper publicado pela JOSPT em fevereiro de 2010, onde ele mostrava como um controle errôneo destes sinergistas pode influenciar o ato "simples" de se chutar uma bola. Além destes autores, o prof. Powers já descreveu o quanto um "desbalanço" nos músculos deste grupo pode acarretar lesões até mesmo longe da lombar, como em atletas arremessadores (overhead) nos quais um controle ruim do complexo lombo-pélvico, associado a uma fraqueza dos estabilizadores do quadril geram desequilíbrios em cascata culminando em um posicionamento escapular ruim e posteriormente, má técnica esportiva podendo culminar em lesão; obviamente há um link para os MMII, até porque se o CORE está intimamente ligado ao chute, os estabilizadores do quadril e pelve também estão e como podemos dizer que "um se apóia no outro" qualquer falha de uma dessas engrenagens pode sim sobrecarregar a outra e acarretar em uma lesão.
De qualquer modo, a aplicablidade do trabalho de CORE não é difícil, mas necessita de alguns cuidados que apesar de parecerem mínimos, se pensarmos a longo prazo, podem influenciar a performance do nosso atleta. Este trabalho deve ser visto como fundamento de basicamente qualquer tratamento e continuar a ser utilizado em absolutamente todas as fases e momentos de nossos atletas, seja com o DM ou com o DF, visando a melhora de quadros álgicos, tratamentos conservadores e pós-operatórios e mesmo manutenção do controle e por que não, melhora da performance?
Obviamente nenhuma técnica, conceito ou grupo muscular age sozinho, mas com um bom entendimento de (neste caso) a biomecânica, podemos associar diversos conceitos e levá-los para a prática clínica.

Anônimo disse...

Gustavo, muito bom contar com seus comentários no blog.
Amanhã o post será sobre um artigo que relaciona características de músculos lombopelvicos e lesões. Será muito bacana você comentar.
Um abraço, GUstavo

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