quinta-feira, julho 28, 2011

Lesões em crianças e adolescentes atletas e volume de treinamento/jogos

Olá a todos, hoje comentaremos sobre um artigo bastante peculiar, publicado neste mês no “CLINICAL JOURNAL OF SPORTS MEDICINE”. Entitulado:

Sports-Related Injuries in Youth Athletes:

Is Overscheduling a Risk Factor?

Neste estudo multicêntrico com cerca de 360 participantes foi relacionado as lesões em crianças e adolescentes e volume de treinamentos e jogos .

Através de uma avalição clínica e aplicação de alguns questionários cada atleta era categorizado pelo médico, conforme a possível causa de sua lesão. Agudo ou por overuse, e dentro de cada grupo verificou-se se a associação a fadiga.

Vale já a crítica para os limitantes disso, o mais interessante deste artigo não é esta questão, mas sim, na visão do atleta e dos responsáveis diante da lesão em questão. O atleta atribui a mesma causa da avaliação médica a sua lesão?











Outro ponto interessante consiste na discussão sobre os fatores de risco:

1.Número de jogos/treinos

2. Qualidade e tempo de sono

Além disso, disponibilizam os questionários utilizados para classificar a possível causa da lesão

( diagnóstico da causa e não só o diagnóstico topográfico).

Vamos ficando por aqui, um grande abraço e aproveitem.

quarta-feira, julho 20, 2011

Exercício com Bom Humor

Boa noite leitores do Sports Medicine Brasil! Esta semana comentaremos um artigo publicado em uma revista de psiquiatria. Isso mesmo, psiquiatria! Afinal o exercício é uma importante ferramenta também neste âmbito.

No volume de maio do Journal of Clinical Psychiatry foi publicado um estudo randomizado sobre exercício físico no tratamento de depressão maior não psicótica. Neste estudo, foi introduzido exercício físico aeróbico no tratamento de pacientes que não obtiveram remissão dos sintomas com o uso isolado de inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ex: fluoxetina, sertralina). Os participantes foram divididos em dois grupos, o primeiro participou de um programa de 12 semanas de exercício aeróbico na dose de 16 kcal por kilograma por semana (KKS) e o segundo realizou um programa de mesma duração com dose menor de exercício - 4 KKS.

Ao final das 12 semanas, houve significativa melhora nos sintomas de ambos os grupos. As taxas de remissão foram de 28.3% e 15.5% para os grupos 16 KKS e 4 KKS, respectivamente (NNT de 7.8 para 16 KKS vs 4KKS). O grupo com maior dose de exercício apresentou uma tendência a melhor resultado (p<0.06). Houve significância estatística quando os grupos foram moderados por sexo e história familiar, sendo que o grupo dos homens e o grupo de mulheres sem história familiar de doença mental/psiquiátrica se beneficiaram de uma maior dose de exercício.

Este estudo, além de evidenciar que há espaço para o exercício físico no tratamento da depressão, nos mostra que parece haver uma importante relação dose-resposta. A partir disto, precisamos usar nossa criatividade para aplicar estes conhecimentos de forma efetiva em populações com quadros psiquiátricos, pois estas costumam apresentar uma aderência muito baixa ao exercício físico.

quarta-feira, julho 13, 2011

Uso de plasma rico em plaquetas (PRP) na medicina esportiva: cura rápida ou médicos em bases éticas instáveis?

            Boa Noite amigos do Sports Medicine Brasil, hoje ainda estava sem nenhum tema na cabeça e decidi entrar no pubmed e digitar “sports medicine”, eis que surge um tema polêmico dentro da Medicina Esportiva: plasma rico em plaquetas.
            Em julho de 2011, o Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports publicou em seu editorial um texto a respeito do plasma rico em plaquetas (PRP), nesse texto eles dissertam a respeito do Consenso do uso do PRP coordenado por um grupo de médicos ligados ao Comitê Olímpico Internacional (COI).
            Até agora o uso de PRP não demonstrou grande êxito em músculos, cartilagens ou tendões, pelo menos não de forma consistente. Sendo necessários maiores números de estudos bem desenhados para melhores conclusões. No entanto, o uso do PRP é amplamente difundido em alguns países, boa parte inclusive por pedidos ou pressão da própria comunidade esportiva, tanto de atletas como de clubes esportivos.
            Boa parte da recomendação é baseada no fato de que o PRP até agora não demonstrou nenhum efeito colateral. Talvez essa não seja uma afirmação tão segura, foi o que demonstrou o estudo de DeMos, 2008 onde a adição de PRP inibiu a síntese de colágeno; o PRP também apresenta TGF-b, fator este que pode estar associado com regulação negativa do colágeno tipo XIV (Arai et al., 2002).
            Apesar das críticas o editorial deixa claro que não se pode generalizar esse tipo de falha a todos os consensos, mas, nesse caso específico precisamos prestar atenção. Os autores Kjaer & Bayer vão mais além, debatem a respeito da política envolvida na medicina esportiva, inclusive colocando a política em foco em detrimento do conhecimento científico.
            Relembrando o primeiro “post”escrito neste blog, os editores do British Journal of Sports Medicine já alertavam quanto a prática da Medicina Esportiva baseada em evidências. Para finalizar o editorial reforça a necessidade da construção de uma base científica sólida na prática do médico do esporte.

quarta-feira, julho 06, 2011

Adaptações musculares ao volume do treinamento de força

O pesquisador da Universidade de Michigan EUA Mark D. Peterson e colaboradores publicaram no Jornal Europeu de Fisiologia Aplicada, um artigo interessante no mês passado. “ Progression of volume load and muscular adaptation during resistance exercise”

Esse artigo trouxe algumas questões bastante simples que muitos atletas ou pessoas que treinam força tem duvidas.

Sugere-se que o volume de treino influencia as adaptações do músculo nos exercícios de resistência. Este artigo procurou examinar associações entre volume de treinamento, hipertrofia e força utilizando um protocolo progressivo. Foram controlados as séries e a intensidade para cada sujeito.

O músculo estudado foi o bíceps braquial, treinado unilateralmente por 12 semanas. A mensuração do volume foi realizado por RNM, contração máxima voluntária e força dinâmica do bíceps.

Os resultados achados foram que para o gênero feminino o volume de treinamento foi o melhor dos preditores para hipertrofia.

Já para melhora de força ( teste de 1RM) o volume de treinamento foi um preditor robusto para ambos os gêneros. No entanto, para as mulheres ficou mais bem demostrado no teste de contração voluntária máxima e não tanto para o teste de 1RM.

Outra constatação interessante foi que nas mulheres parecem ter uma associação negativa entre hipertrofia e idade.

Os sujeitos mais treinados com uma linha de base mais expressiva das variaveis analisadas, também não tiveram uma resposta tão significante ao volume de treinamento.