Olá Amigos do SMB!
Um dos grandes desafios na medicina do esporte são as dores
da região inguinal e quadril. Dentre as diferentes causas possíveis para esta
queixa está o impacto femoroacetabular (FAI). Este ocorre quando há compressão
entre o acetábulo e colo do fêmur, o que pode levar à lesão de estruturas
locais, como o labrum acetabular que está interposto.
O impacto pode ser
tipo Pincer (componente acetabular), Came (componente femural) ou Misto.
O diagnóstico é clínico, com utilização de exames de imagem
para comprovação. É importante ao exame, avaliar se a dor desencadeada pelos
testes para FAI apresenta as características da queixa clínica, pois há
diversas outras causas de dor nesta região que devem ser contempladas.
O exame de imagem mais acessível para a investigação de FAI
é a radiografia, e dependendo do cenário pode ser o único disponível. O
objetivo deste post é apresentar alguns dos principais achados radiográficos do
FAI de forma prática.
A Radiografia AP da
Bacia com raio focado na sínfise púbica e MMII em rotação interna é
amplamente utilizada, pode trazer muitas informações acerca do FAI. A esta
imagem pode-se associar AP de quadril, perfil, Dunn, cross-table, entre outros
estudos radiográficos.
Transição normal entre cabeça e colo do fêmur.
Deformidade tipo came em pistol grip (cabo de pistola)
Transição cabeça-colo na incidência cross-table, menos de
10mm é indicativo de FAI tipo came.
Cobertura normal. Linha passando pelo bordo lateral do acetábulo
forma ângulo entre 25° e 39° com linha vertical, ambas linhas passando pelo
centro da cabeça do fêmur. Abaixo de 25°, displasia. Acima de 39°
supercobertura, possível impacto.
No quadril normal a fossa acetabular encontra-se lateral à
linha ilioisquiática (foto da esquerda). A direita, coxa profunda, fossa
acetabular ultrapassa a linha ilioisquiática.
A esquerda relação normal entre parede anterior (medial,
setas brancas) e posterior do acetábulo. Na imagem da direita, sinal do crossover
de retroversão acetabular –cruzamento da parede anterior lateral à posterior na
porção cranial.
A avaliação da radiografia de quadril em casos de suspeita
de FAI pode ser muito útil na elucidação diagnóstica. É importante que o médico
do esporte sistematize esta avaliação na busca destas alterações e interpreta
os achados de acordo com a clínica de cada paciente.