O artigo dessa semana é do International Journal of Sports Medicine (2011) e mostra que a prevalência de distúrbios alimentares tem crescido entre os atletas, especialmente entre os que praticam esportes de endurance e aqueles em que as categorias são definidas por peso corporal.
O Objetivo do estudo foi avaliar o comportamento alimentar em judocas e a possibilidade da relação com a inteligência emocional e satisfação corporal.
Metodologia: 45 jovens foram divididos em 2 grupos: 20 judocas e 25 controles e realizados questionários para avaliação psicológica, dos hábitos alimentares e medida antropométrica.
Resultados: Comportamento alimentar: 30% dos atletas e 20% do grupo controle foram diagnosticados com distúrbio alimentar.
70% dos atletas perderam mais de 4 kg durante a temporada. Para isso utilizaram-se da indução de vômitos, jejum, diuréticos e laxantes. O motivo foi atribuído a pressões de treinadores, dos próprios atletas e dos pais.
Já para o grupo controle, os motivos foram atribuídos às pressões sociais e pessoais.
Quanto à inteligência emocional foram avaliados características, a partir de questionário, como: dignidade, independência, empatia, responsabilidade social, tolerância ao estresse, controle impulsivo, flexibilidade, capacidade de resolver problemas e de adaptação, otimismo, felicidade. Os resultados indicaram que atletas têm maior nível de inteligência emocional que o grupo controle.
Avaliando os judocas com e sem distúrbio alimentar, observou-se que a presença de distúrbio relaciona-se com escores mais baixos para felicidade, flexibilidade e empatia.
Conclusão:
Observa-se, portanto, que a presença de distúrbios alimentares está relacionada a escores mais baixos de inteligência emocional. Além disso, sabe-se que a alimentação adequada é fundamental para um bom desempenho esportivo. Então, até que ponto o controle rigoroso do peso por meio do distúrbio alimentar beneficia o atleta?
3 comentários:
Acho que esse post reflete a realidade do esporte competitivo, muitas vezes privando o atleta de uma vida saudável e feliz. Sempre vemos atletas de alto rendimento na mídia ganhando competições, viajando o mundo, fazendo propaganda, mas, não vemos seu esforço, suas lamentações, suas dores, suas derrotas.
O estudo ainda revela que os distúrbios alimentares iniciam cedo, gostaria de saber a idade média do estudo, pois, quanto mais jovens, menores são as garantias de que esse atleta irá se tornar um profissional. Sendo assim, que tipos de traumas essa vivência irá causar neles?
A promessa de uma vida de fama e abastada acaba iludindo esses jovens e suas famílias. Para nossa comodidade conhecemos as histórias felizes de grandes atletas que conquistaram tudo na vida. Infelizmente essa não é realidade da maioria.
Muito bom Ana! Aproveito para divulgar meu blog, onde escrevo sobre padrão de beleza, imagem corporal, nutrição saudável e... transtornos alimentares! ;O)
http://ocorpoemeu.blogspot.com
Interessante o assunto. Acredito que a forma como a família e treinadores do atleta lidam com o esporte desde sua infância tem muita relação com o desenvolvimento destes distúrbios.
Concordo com o Leonardo. Quantas pessoas crescem com o objetivo de vencer, vencer e vencer no esporte e acabam desiludidas e despreparadas para a vida?
Abraços.
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